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Borderline: A Vida à Beira de um Vulcão!

Borderline: A Vida à Beira de um Vulcão!

Aqueles que têm transtorno borderline experimentam instabilidade emocional e relacional frequentemente. Seus interesses e valores podem mudar rapidamente e mudanças extremas nos sentimentos podem levá-los à relacionamentos intensos e difíceis. É comum ocorrerem problemas nos relacionamentos amorosos, nas amizades e até no local de trabalho. Entenda melhor, borderline: a vida à beira de um vulcão!

O transtorno borderline, também conhecido como transtorno de personalidade limítrofe,  se manifesta através da dificuldade de se gerenciar as emoções e na tendência de ver as coisas sempre ao extremo. A pessoa que vive esse tipo de transtorno, experimenta padrões emocionais muito turbulentos e instáveis, que  afetam o humor, a autoimagem e o comportamento. Essas emoções intensas costumeiramente as levam à ações impulsivas, impensadas e irracionais, assim como a coloca em problemas de relacionamento social e interpessoal.

Sintomas reconhecíveis de transtorno de personalidade limítrofe geralmente surgem durante a adolescência e no início da idade adulta. Esses sintomas manifestam-se através da raiva, depressão e ansiedade, que podem durar de algumas horas à alguns dias. A boa notícia é que muitas pessoas com transtorno de personalidade limítrofe mostram uma melhora notável ao longo do tempo e conseguem controlar os sintomas através do tratamento adequado.

O filme “Garota Interrompida”, baseado no livro de mesmo nome, que foi escrito por Susanna Kaysen, mostra como na década de 1960 os sintomas de borderlineou de Transtorno de Personalidade Limítrofe, eram compreendidos pela comunidade científica da época, assim como outras doenças psicológicas que eram tratadas com brutalidade, preconceito e desinformação. Entenda melhor, borderline: a vida à beira de um vulcão!

 Sintomas e Comportamentos mais identificáveis do Transtorno de Personalidade Borderline:

Os comportamentos e sintomas mais comuns do transtorno de personalidade limítrofe incluem:

  • Sentimentos contínuos de vazio existencial:  sentir-se “vazio” ou entorpecido é algo comum para aqueles com transtorno de personalidade limítrofe. Muitas vezes, mesmo quando esses indivíduos tentam abafar o sentimento com comida, sexo, álcool ou drogas, nada parece realmente satisfatório.
  • Medo de abandono:  há um medo intenso de ser abandonado pelos outros, que pode levar essa pessoa antecipadamente à separação ou a rejeição real ou imaginária. Também pode resultar em esforços para evitar ser abandonado, como iniciar rapidamente relacionamentos íntimos e de repente cortar a comunicação, na expectativa que poderá ser abandonado pelo outro (seja essa ameaça real ou percebida).
  • Padrões de relacionamentos instáveis ​​e intensos:  aqueles com transtorno de personalidade limítrofe experimentam mudanças rápidas e intensas nos seus relacionamentos interpessoais. Eles podem adorar alguém em um momento e de repente achar essa mesma pessoa cruel. Isso também pode incluir o término de relacionamentos positivos sem um motivo significativo.
  • Mudança na autoimagem:  mudanças perceptivas abruptas ocorrem na sua autoidentidade e na sua autoimagem, incluindo mudanças nos seus objetivos e valores. Essas mudanças são típicas de pessoas com transtorno de personalidade limítrofe. Podem de repente até se verem como uma pessoa má ou inexistente.
  • Mudanças de humor: atravessam mudanças de humor intensas e geralmente de curto prazo, incluindo felicidade intensa, irritabilidade, vergonha, tristeza e/ou ansiedade. Essas oscilações podem ocorrer de maneira rápida e intensamente para aqueles com transtorno de personalidade limítrofe. Essas mudanças instantâneas de humor passam relativamente rápido, durando algumas horas ou até minutos. Existem casos que demoram alguns dias.
  • Comportamento de risco:  experimentam comportamentos impulsivos e arriscados, como uso de drogas, jogos de azar, direção imprudente e/ou sabotagem do sucesso.
  • Raiva intensa:  aqueles com transtorno de personalidade limítrofe podem frequentemente perder a paciência e sentir uma raiva extrema de si mesmos ou dos outros. Gritar, jogar coisas e se envolver em brigas físicas é comum acontecer.
  • Sentimentos de dissociação : estar isolado de si mesmo, ver a si mesmo de fora do corpo, perder o contato com a realidade e sentir-se distante, são características do transtorno de personalidade borderline.
  • Automutilação:  ameaças de automutilação e pensamentos suicidas são comuns em pessoas com transtorno de personalidade limítrofe e podem ocorrer em resposta ao medo de separação, abandono ou rejeição percebida.

Esses sintomas podem ser desencadeados por eventos aparentemente comuns, como ficar angustiado ao viajar para o trabalho ou ao ficar separado de outra pessoa por um curto período de tempo. É importante notar que nem todos com transtorno de personalidade limítrofe experimentarão todos os sintomas descritos.

Para ser diagnosticada com transtorno de personalidade limítrofe, uma pessoa deve apresentar pelo menos cinco dos sintomas descritos acima, mas alguns indivíduos experimentarão menos sintomas do que outros. Alguém que está experimentando consistentemente um ou mais desses sintomas de transtorno de personalidade limítrofe deve procurar conversar com seu psicoterapeuta ou médico psiquiatra.

Fatores de risco para transtorno de personalidade limítrofe

Como é o caso de outras condições de saúde mental, as causas do transtorno de personalidade limítrofe não são completamente compreendidas. Embora a causa exata dessa condição de saúde mental seja desconhecida,  pesquisas já  mostraram que esse distúrbio ocorre igualmente em homens e mulheres, e existem alguns fatores de risco genéticos, familiares e sociais que podem desempenhar um papel importante, incluindo:

Fator Genético:

Os transtornos de personalidade são mais comuns em pessoas que têm um parente de primeiro grau com a doença, como pais ou irmãos. No entanto, só porque alguém tem familiares com histórico de transtorno de personalidade limítrofe não significa necessariamente que todos na família o desenvolverão.

  • Estrutura cerebral

Existem diferenças biológicas naqueles que têm o transtorno, incluindo mudanças físicas em seus cérebros. Quaisquer anormalidades na estrutura ou funções do cérebro podem aumentar o risco de transtorno de personalidade limítrofe.

Fatores Ambientais:

Além da genética e da história familiar da pessoa, os fatores ambientais também podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de personalidade limítrofe. O abuso sexual, físico ou emocional na infância, o medo real ou imaginário de abandono também na infância ou adolescência, e o trauma ou vida familiar instável em tenra idade, podem desenvolver o aparecimento desse transtorno.

É importante notar que os fatores de risco não são os mesmos que as causas que determinam esse tipo de transtorno. Certo? Só porque uma pessoa experimenta alguns dos fatores de risco não significa necessariamente que ela desenvolverá obrigatoriamente o transtorno de personalidade limítrofe. De fato, muitas pessoas desenvolvem o distúrbio sem nenhum fator de risco.

Quais as causas e os sintomas mais pontuais?

Não há um fator específico que dê origem a esse problema. O que existe é uma junção de diferentes agentes desencadeadores. Entenda melhor, borderline: a vida à beira de um vulcão! Veja os aspectos mais levantados como causas do transtorno borderline que são:

  • predisposição genética;
  • disfunção neurológica;
  • abuso sexual ou outra experiência traumática na infância;
  • separação abrupta de pessoas muito próximas;
  • vivência de negligência e abandono;
  • bullying ou outro tipo de exposição contínua ao desgaste emocional e ao abuso psicológico.

Já os principais sintomas que fazem parte do quadro borderline incluem:

Outros Transtornos se misturam ao Transtorno de Personalidade Borderline!

Existem muitos outros transtornos de personalidade, e alguém pode ser diagnosticado com transtorno de personalidade limítrofe ou borderline,  juntamente com outros transtornos, como depressão, ansiedade, transtornos alimentares e abuso de substâncias e/ou álcool, que se manifestam através de sintomas e com efeitos adicionais.

Transtornos Adicionais ao Transtorno de Personalidade Borderline!

Transtornos de personalidade adicionais podem ter um impacto muito grande naqueles que já foram diagnosticados com transtorno de personalidade limítrofe ou borderline. Na verdade, muitas pessoas com qualquer transtorno de personalidade também apresentam sinais e sintomas de pelo menos um outro transtorno adicional.

Em alguns casos, os sintomas podem parecer semelhantes, mas cada um tem diferenças distinguíveis e planos de tratamento diferenciados. Entenda melhor, borderline: a vida à beira de um vulcão!

  • Outros transtornos de personalidade:

Além do transtorno de personalidade limítrofe ou borderline, existem muitos outros tipos de transtornos de personalidade que mudam a maneira como uma pessoa pensa e se comporta.

Os tipos de transtornos de personalidade são agrupados em três grupos com base em características e sintomas semelhantes:

  • Os  transtornos de personalidade do grupo A são caracterizados por pensamentos e comportamentos estranhos e excêntricos. Estes podem incluir  transtorno de personalidade paranóide, transtorno de personalidade esquizóide e  transtorno de personalidade esquizotípica .
  • Os transtornos de personalidade do grupo B  resultam em pensamentos e comportamentos dramáticos, excessivamente emocionais e imprevisíveis. Estes incluem transtorno de personalidade anti-social, transtorno de personalidade limítrofe, transtorno de  personalidade histriônica  e transtorno de personalidade narcisista.
  • Os transtornos de personalidade do grupo C  são caracterizados por pensamentos ansiosos e medrosos que podem incluir  transtorno de personalidade esquiva, transtorno de personalidade dependente e  transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo .

 

  • Transtorno de humor: depressão

Esse transtorno de humor é marcado por sentimentos de tristeza, falta de energia, desesperança, perda ou raiva e pode afetar gravemente a qualidade de vida. A depressão é uma doença mental bastante comum e  pode ocorrer na mente da pessoa portadora do diagnóstico de transtorno de personalidade limítrofe.

  • Transtornos de ansiedade

A ansiedade  ocorre como uma resposta natural de uma pessoa ao estresse. É um sentimento de medo ou apreensão sobre o que está por vir, como por exemplo em uma entrevista de emprego. Sentimentos de ansiedade que duram mais de seis meses e impactam a vida diária são considerados transtornos de ansiedade. Esse transtorno pode acompanhar o transtorno de personalidade limítrofe ou borderline.

  • Transtorno bipolar

O transtorno bipolar  é uma doença mental comum que pode ser grave e persistente. Isso faz com que uma pessoa experimente altos e baixos extremos em seu humor.

  • Transtorno de estresse pós-traumático

Essa condição de saúde mental é desencadeada por um evento traumático  experimentado ou testemunhado por alguém.  Os sintomas podem incluir ansiedade severa, bem como pensamentos e sentimentos desconfortáveis ​​que podem interferir na vida diária de uma pessoa.

  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade  (TDAH)

O TDAH é marcado por um padrão contínuo de desatenção e hiperatividade impulsiva. Pode afetar negativamente o funcionamento normal de uma pessoa, causando a necessidade de se movimentar constantemente e fazer ações precipitadas com potencial de dano.

Tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline:

Existem tratamentos mais recentes  baseados em evidências  que comprovadamente ajudam as pessoas com transtorno de personalidade limítrofe/borderline a experimentarem sintomas menos graves e portanto mais suaves. Um profissional de saúde mental pode recomendar um plano de tratamento que inclua um ou mais tratamentos, como  psicoterapia , medicação e quando absolutamente necessário a hospitalização.

Com o tempo, esses tratamentos ajudam a melhorar o funcionamento diário da pessoa, as suas perspectivas e a qualidade de vida. A chave é procurar tratamento especializado.

  • É importante ser diagnosticado!

O primeiro passo no tratamento do transtorno de personalidade limítrofe é poder ser diagnosticado corretamente. Você pode conversar com um médico psiquiatra para solicitar uma referência de um psicoterapeuta ou começar hoje mesmo com a psicoterapia online.

O processo de diagnóstico clinico consiste em perguntas completas sobre os sintomas atuais e estado emocional,  para ajudar a determinar se você tem transtorno de personalidade limítrofe. Apenas um profissional pode fazer um diagnóstico oficial. Certo?

  • Psicoterapia para Transtorno Limítrofe

A psicoterapia é o principal método de tratamento usado para ajudar uma pessoa a gerenciar os sintomas do transtorno de personalidade limítrofe a longo prazo. A terapia é um tratamento altamente eficaz para essa psicopatologia, pois ajuda a mudar os padrões de pensamento prejudiciais e destrutivos que levam à instabilidade emocional. Com o tempo, novos padrões de pensamento podem ter um impacto positivo em seu comportamento e perspectivas. As seguintes terapias podem ser aplicadas:

  • A psicoterapia nesses casos trabalha com a aceitação para ajudar a melhorar os sintomas. Este tratamento ensina habilidades que podem ajudar uma pessoa a controlar melhor as emoções intensas, reduzir o comportamento autodestrutivo e melhorar os relacionamentos.

 

  • O tratamento psicoterápico ajuda a pessoa a identificar e mudar crenças, comportamentos e percepções imprecisas que eles têm sobre si mesmos ou sobre os outros. Através deste tratamento, uma pessoa com transtorno de personalidade limítrofe pode aprender maneiras mais saudáveis ​​de reagir quando se sente com raiva, insegura ou ansiosa.

 

  • Se uma pessoa estiver com sintomas graves e precisar de intervenção e tratamento intensivos, podem ser usados ​​cuidados e tratamentos de internação, bem como hospitalização ou atendimento de emergência em casos de automutilação.

 

  • Medicamentos

Em alguns casos, um  psiquiatra  pode determinar que a medicação também é necessária para auxiliar no seu plano de tratamento, além da psicoterapia através da fala. Embora a medicação não cure o transtorno de personalidade limítrofe, ela pode aliviar seus sintomas.

Um médico pode prescrever antidepressivos, antipsicóticos ou medicamentos ansiolíticos para tratar alterações de humor, depressão, ansiedade e quaisquer distúrbios de saúde mental que possam ocorrer simultaneamente.

  • Medicação + Psicoterapia

Atualmente nos tratamentos de transtornos mais intensos como no Transtorno de Personalidade Limítrofe, os profissionais trabalham em conjunto em equipe multidisciplinar. Nesse caso especificamente, é comum o médico psiquiatra que prescreve as medicações trabalhar ao lado do psicoterapeuta que realiza o trabalho de terapia através da fala. Entenda melhor, borderline: a vida à beira de um vulcão!

Agende a sua Psicoterapia Online pelo Whatsapp (12) 99797-1333

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Sobre a autora:

Liliam Silva

Liliam Silva

Sou psicóloga clínica há 24 anos, ajudando pessoas a se conhecerem melhor e a superarem suas dificuldades emocionais, conflitos internos ou de relacionamento, estresse, depressão e desafios na vida profissional. O meu trabalho como psicoterapeuta(presencial e online) potencializa o desenvolvimento pessoal e profissional da pessoa que busca harmonia no seu cotidiano, qualidade de vida mental e a satisfação frente à vida.

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