Ser calmo não significa ser passivo. A verdadeira força humana está em quem sabe esperar, quem não se deixa dominar pelas emoções descontroladas e quem consegue manter a clareza mental e emocional mesmo em situações adversas. Dessa forma Calma é Poder!
Pense em grandes líderes ou em pessoas que você admira, será que são aquelas que perdem o controle rapidamente ou são aquelas que transmitem segurança e estabilidade mesmo diante de situações complexas de adversidade?
A calma é um grande recurso psicológico que nos protege contra a exaustão emocional diante de situações difíceis e que nos ajuda a tomar decisões muito mais acertadas. Quando nos mantemos serenos, temos uma visão mais ampla e clara da situação, e assim conseguimos perceber nuances e alternativas que diante da pressa e do desespero nos fariam ignorar. Mas, como ter essa tal de “calma”?
A Calma Como Ato de Poder
Vivemos em uma sociedade acelerada, onde a rapidez muitas vezes é confundida com eficiência e onde a calma infelizmente é vista muitas vezes como sinônimo de fraqueza. Mas grave isso na sua mente, ou seja, calma é poder e eu vou te explicar o porque! Pare e pense comigo o que acontece quando paramos para refletir sobre as nossas verdadeiras forças. Pois é…vamos agora…. nessa jornada de autoconhecimento….
Na visão psicanalítica sabemos que todo ser humano é movido por forças psiquicas conscientes e inconscientes, onde muitas vezes as forças emergem absolutamente impulsivas, que até nos fazem reagir antes mesmo de compreendermos o que está acontecendo dentro de nós. Preocupante, não?
Informo à você que o verdadeiro poder não está na velocidade da sua reação (impulso), mas na sua capacidade de pausar, observar e principalmente escolher como agir. Certo?
O Impulso e o Inconsciente
Freud, autor da Psicanálise, nos ensina que muito do que sentimos vem do inconsciente, um território onde memórias, traumas e desejos não resolvidos atuam sem que percebamos. Quando reagimos no calor do momento, na verdade, estamos sendo reféns de algo muito mais profundo.
Sigmund Freud, descreveu o ser humano como um campo de batalha entre 3 instâncias psíquicas que ele as chamou de Id, Ego e o Superego. Para Freud, o Id representa nossos impulsos mais primitivos, a busca imediata pelo prazer e a fuga da dor. Quando somos movidos pelo Id, reagimos sem pensar, dominados pela necessidade de gratificação instantânea.
Já o Superego, por outro lado, é a nossa voz interna da moralidade e das regras sociais internalizadas dentro da nossa subjetividade. Entre esses dois extremos (ID e Superego), existe o nosso Ego, que tenta equilibrar os desejos inconscientes e a realidade externa da vida cotidiana.
E por onde anda a tal da “calma” nessas 3 instâncias? Bem….a calma emerge quando o nosso Ego assume o comando, regulando os nossos impulsos e permitindo que possamos tomar decisões mais conscientes e equilibradas.
Quer um bom exemplo? Em um momento de raiva ou de ansiedade, é o nosso Id que nos empurra para reações radicais e automáticas. Mas se cultivarmos a capacidade de pausar mesmo diante do caos, estaremos fortalecendo o nosso Ego, permitindo que a razão e a reflexão tomem o lugar da impulsividade. O que resulta isso? Ahhhh…resulta em boas escolhas….pode acreditar!!!!
O Papel do Autoconhecimento
A Psicanálise enfatiza a importância do autoconhecimento como um caminho para o equilíbrio emocional. Ao compreender nossas próprias motivações inconscientes, conseguimos identificar padrões repetitivos que nos levam à impulsividade. Pergunte-se: quais situações tendem a me desestabilizar? Quais gatilhos fazem com que eu perca o controle?
Reconhecer nossas vulnerabilidades nos permite desenvolver estratégias para lidar melhor com elas. Se sabemos que tendemos a reagir impulsivamente em discussões, podemos treinar a pausa, a respiração e a escuta ativa antes de responder. Se percebemos que o estresse nos leva a comportamentos autodestrutivos, podemos investir em práticas que nos acalmem, como psicoterapia, meditação e atividades físicas.
Conheça Algumas Estratégias Para Cultivar a Calma:
1. Respiração Consciente: Quando sentir que a ansiedade ou a raiva estão dominando você, pare e respire profundamente. A respiração ativa na hora o nosso sistema nervoso parassimpático, ajudando a reduzir o estresse e trazendo a mente para o presente.
2. Auto-Observação: Pergunte-se: “O que está acontecendo dentro de mim agora?” Muitas vezes, a simples consciência das emoções já reduz muito a sua intensidade.
3. Evite Reações Automáticas: Sempre que possível, dê um tempo antes de responder a situações desafiadoras. Se precisar, saia do ambiente, tome um copo d’água ou dê uma volta antes de agir.
4. Desenvolva um Diálogo Interno Positivo: Em vez de se criticar ou de alimentar pensamentos negativos, experimente dizer a si mesmo frases como “Eu posso lidar com isso com calma”, “Nada precisa ser resolvido imediatamente”.
5. FAÇA Psicoterapia: Se perceber que a impulsividade ou a dificuldade em manter a calma afetam sua vida, tenha certeza de que a psicoterapia pode ser um caminho fundamental e absolutamente necessário na sua vida. A Psicanálise, em particular, ajuda a explorar as raízes inconscientes dos seus padrões emocionais e ajuda a desenvolver uma relação mais equilibrada consigo mesmo e com o mundo.
O Silêncio Como Ferramenta de Poder
Muitas vezes, o silêncio é mais poderoso do que palavras ditas no calor da emoção. Ele permite a reflexão, evita conflitos desnecessários e demonstra um tipo de controle interno que impõe respeito. Aprender a valorizar momentos de silêncio pode ser um grande aliado na construção de uma postura mais serena e segura.
A verdadeira força não está em gritar mais alto, mas em saber quando o silêncio e a reflexão podem ser mais eficazes. A calma nos liberta.
Quantos Dominam a Calma?
A calma é realmente uma força interna, um poder, que poucos dominam, mas que quando trabalhada internamente pode transformar profundamente a qualidade de vida do ser humano. Em um mundo onde tudo parece exigir reações imediatas, saber esperar, respirar e agir com consciência é um diferencial.
Não se trata de suprimir emoções ou de ser indiferente, mas de encontrar um espaço interno de segurança, onde as decisões podem ser tomadas com clareza e sabedoria. Quando cultivamos a calma, não apenas ganhamos mais controle sobre nós mesmos, mas também inspiramos os outros a fazerem o mesmo. Afinal, a verdadeira força não está na velocidade da reação, mas na consciência de cada escolha que fazemos.
Calma é Poder: A Força da Serenidade na Vida Cotidiana
Vamos refletir sobre esses pontos abaixo?
1. Diferencie o que você pode controlar do que não pode: Foque a sua energia apenas naquilo que pode mudar. Se algo está além do seu controle, não adianta gastar energia emocional com isso. Aceitação e adaptação são chaves para a serenidade.
2. Treine a tolerância ao desconforto: Enfrentar pequenos desafios diários, como resistir aos impulsos ou lidar com frustrações menores, fortalece a mente para momentos de crise maior. Ao praticar o autocontrole em situações simples, criamos uma base sólida para manter a calma em momentos mais difíceis.
3. Pratique a perspectiva ampla: Quando algo parece avassalador, pergunte-se: “Isso importará daqui a um ano?” Enxergue a vida com uma visão mais ampla, evitando que pequenos problemas do presente dominem seu estado emocional.
4. Treine Insight: Pergunte-se , sinta e responda: “O que está acontecendo dentro de mim exatamente nesse momento e diante dessa situação?” A simples observação honesta das emoções já reduz imensamente a sua intensidade.