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Por que Não Termino o que Começo?

Você já se pegou animado com uma ideia, começou cheio de entusiasmo… e, de repente, abandonou tudo no meio do caminho? Projetos inacabados, metas deixadas de lado, cursos que você nunca termina — sabia que isso não significa que você é preguiçoso ou incapaz. Ok? Você já se perguntou: Por que não termino o que começo?

Na verdade, essa dificuldade pode esconder algo mais profundo: medo de fracassar, necessidade de aprovação, excesso de autocrítica ou até traços de ansiedade e perfeccionismo. Entender por que você não termina o que começa é o primeiro passo para quebrar esse ciclo e resgatar a confiança em si mesmo.

Muitos pacientes relatam iniciar atividades com muito entusiasmo e logo, quando a novidade se dissipa e os desafios reais surgem, sentem um desânimo que os levam a desistir. Esse padrão pode ter várias explicações, e é importante entender que não se trata apenas de “falta de vontade”, mas de uma interação complexa entre fatores emocionais, cognitivos e comportamentais.    * Por que Não Termino o que Começo? 

Vamos entender o papel da motivação inicial?

No início de uma nova atividade, o entusiasmo geralmente é impulsionado pela expectativa de mudança, pelo desejo de alcançar algo novo ou pela idealização dos benefícios que a atividade pode trazer. Essa fase é muitas vezes marcada por um “efeito novidade”, que gera um pico de energia e de comprometimento. No entanto, essa motivação inicial é, em grande parte, baseada em expectativas e ideais que podem não se confirmar com a prática diária.

Mas…e o  choque entre expectativas e realidade?

Ao avançar na atividade, a pessoa começa a confrontar os desafios reais: a necessidade de esforço contínuo, a frustração diante de resultados mais lentos do que o esperado e, muitas vezes, a percepção de que os obstáculos são maiores do que imaginava. Quando há uma discrepância significativa entre o idealizado e o vivido, a motivação pode cair drasticamente. Esse contraste pode gerar sentimentos de inadequação ou desânimo, levando ao abandono da atividade. Por que Não Termino o que Começo?

Vamos conhecer os Fatores Cognitivos e Emocionais?

Saiba que vários processos psicológicos podem contribuir para esse padrão:

  • Baixa tolerância à frustração: Alguns indivíduos têm dificuldade em lidar com o desconforto e as adversidades inerentes a um processo de mudança. Assim, quando os obstáculos aparecem, a pessoa pode preferir desistir do que enfrentar o desconforto.
  • Autocrítica e perfeccionismo: Quando o padrão inicial é idealizado, qualquer desvio ou dificuldade pode ser interpretado como uma falha pessoal. Essa autocrítica severa pode desmotivar rapidamente, levando o indivíduo a abandonar a atividade.
  • Dificuldades de regulação emocional: Em alguns casos, o entusiasmo inicial pode ser uma forma de escapar de sentimentos negativos ou de inseguranças subjacentes. Quando o efeito “fuga” se dissipa, o paciente pode enfrentar emoções desconfortáveis, sem ter desenvolvido estratégias para lidar com elas de forma sustentável.
  • Expectativas irreais e recompensas imediatas: Muitas vezes, o que impulsiona o início de uma atividade é a promessa de resultados rápidos. Quando esses resultados não se materializam de forma imediata, a pessoa pode perder o interesse, já que a atividade não corresponde à expectativa de gratificação instantânea.

Existem possíveis mecanismos de autossabotagem!

Há também a hipótese de que, em alguns casos, a desistência precoce possa funcionar como um mecanismo de autossabotagem. O que seria isso? O paciente, consciente ou inconscientemente, pode ter medo de se comprometer a longo prazo, seja por medo do sucesso, seja por receio de enfrentar as mudanças profundas que a continuidade da atividade pode trazer. Essa ambivalência em relação ao próprio potencial de mudança pode levar à desistência antes mesmo de se chegar a um ponto de progresso consistente. Por que Não Termino o que Começo?

Abordagens terapêuticas e caminhos para a mudança….

No contexto psicoterapêutico, é fundamental explorar essas questões com o paciente. Algumas estratégias podem incluir:

  • Reavaliação das expectativas: Trabalhar para estabelecer metas realistas e dividir a atividade em etapas menores pode ajudar o paciente a manter a motivação ao longo do tempo.
  • Desenvolvimento da resiliência: Fortalecer a capacidade do paciente para lidar com frustrações e desafios pode ser um diferencial. Técnicas de regulação emocional e o desenvolvimento de uma visão mais flexível sobre o próprio desempenho são úteis.
  • Exploração dos medos subjacentes: Muitas vezes, a desistência precoce pode estar ligada a medos profundos relacionados à mudança, ao sucesso ou até mesmo à perda de uma identidade confortável. Entender essas dinâmicas pode oferecer um caminho para intervenções mais específicas.
  • Apoio no planejamento e na manutenção do compromisso: Estabelecer rotinas, utilizar ferramentas de planejamento e desenvolver uma rede de apoio pode ajudar o paciente a persistir mesmo quando o entusiasmo inicial diminuir.

Em suma, o fenômeno de começar com entusiasmo e logo se desmotivar envolve uma complexa interação entre fatores internos – como expectativas irreais, autocrítica, dificuldades na regulação emocional e medos inconscientes – e os desafios reais que emergem ao longo do processo de mudança. Com uma abordagem terapêutica que inclua a revisão de expectativas, o desenvolvimento de estratégias para lidar com frustrações e o apoio no planejamento das ações, é possível ajudar o paciente a construir um caminho mais sustentável e gratificante em suas atividades. Por que Não Termino o que Começo?

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) viabiliza a cura desses processos:

Na abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), há diversas explicações para que um paciente apresente dificuldades em manter a atenção aos detalhes e se concentrar, o que, por sua vez, pode contribuir para a dificuldade em concluir tarefas. Essas dificuldades não costumam ser fruto apenas de “falta de força de vontade”, mas resultam de uma interação complexa entre processos cognitivos, emocionais e comportamentais. Por que Não Termino o que Começo?

A seguir, explico alguns dos principais fatores:

1. Déficits no Processamento Atencional

Um aspecto central é a dificuldade em regular e direcionar a atenção. Em alguns casos, esse padrão pode estar relacionado a características semelhantes às observadas em quadros como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), onde o paciente tem dificuldades em manter o foco em tarefas que exigem atenção prolongada. Mesmo que o paciente não possua um diagnóstico formal de TDAH, podem existir disfunções no processamento atencional que dificultam a permanência no “aqui e agora” e a organização dos pensamentos para a realização de tarefas.

2. Ansiedade e Ruminação

A presença de ansiedade pode desviar a atenção do paciente, fazendo com que ele se concentre em preocupações internas ou em pensamentos recorrentes (ruminação). Essa fixação em questões emocionais pode consumir a capacidade cognitiva necessária para focar em detalhes e realizar tarefas de forma eficaz. Assim, quando a mente está ocupada com preocupações, o processamento de informações relevantes para a tarefa é prejudicado, gerando um ciclo de distração e sensação de incapacidade.

3. Depressão e Baixa Motivação

Em contextos de depressão, é comum que haja uma diminuição na energia mental e motivacional. Essa falta de disposição pode se manifestar como dificuldade de concentração e de prestar atenção aos detalhes. A lentidão cognitiva e a sensação de desamparo podem levar o paciente a abandonar tarefas antes mesmo de concluir, justamente por não conseguir engajar os recursos necessários para organizar e executar as atividades.  Por que Não Termino o que Começo?

4. Crenças Disfuncionais e Processos Cognitivos Automáticos

A TCC enfatiza a importância dos pensamentos automáticos e das crenças centrais na regulação do comportamento. Pacientes que têm crenças negativas sobre sua própria capacidade, como “eu nunca consigo fazer nada direito” ou “qualquer esforço é inútil”, podem se sentir desmotivados e ansiosos ao enfrentar tarefas que exigem atenção e foco. Essas crenças disfuncionais criam um ambiente interno no qual o medo do fracasso ou a antecipação de erros interfere na concentração, provocando um ciclo de autossabotagem.    Por que Não Termino o que Começo?

5. Estratégias de Esquiva e Evitação

Outro aspecto importante é que a dificuldade de prestar atenção pode, em alguns casos, funcionar como uma forma de esquiva cognitiva. Se a tarefa em questão provoca desconforto, insegurança ou medo (por exemplo, por estar associada a padrões de perfeccionismo ou ao receio de não corresponder às próprias expectativas), o paciente pode inconscientemente desviar a atenção como forma de evitar o sofrimento associado à tarefa. Essa esquiva dificulta a persistência e a finalização de atividades.

Relação com a Conclusão de Tarefas

A incapacidade de prestar atenção aos detalhes e de se concentrar está, muitas vezes, diretamente ligada à dificuldade de concluir tarefas. Quando o paciente não consegue manter o foco, ele tende a se perder em meio às informações, deixando de organizar os passos necessários para a execução da atividade. Isso pode resultar em procrastinação, abandono parcial ou total da tarefa e, consequentemente, em sentimentos de frustração e inadequação, que reforçam os padrões disfuncionais.

Para ajudar o paciente a superar essas dificuldades, a TCC propõe intervenções focadas em:

  • Reestruturação Cognitiva: Identificar e modificar pensamentos automáticos e crenças negativas que atrapalham a concentração e geram autocrítica.
  • Técnicas de Planejamento e Organização: Estabelecer metas claras, dividir tarefas em etapas menores e utilizar ferramentas de gerenciamento do tempo podem facilitar o foco e a conclusão das atividades.
  • Treinamento em Atenção Plena (Mindfulness): Praticar técnicas de mindfulness ajuda a aumentar a capacidade de manter a atenção no momento presente, reduzindo a influência de pensamentos intrusivos.
  • Estratégias de Enfrentamento da Ansiedade: Técnicas de relaxamento e de enfrentamento da ansiedade podem ajudar o paciente a lidar melhor com os pensamentos ruminativos e preocupantes, liberando recursos para a concentração.

Em resumo, as dificuldades de prestar atenção aos detalhes e de se concentrar podem ser compreendidas como o resultado de interações complexas entre déficits atencionais, estados emocionais adversos e padrões cognitivos disfuncionais.  Por que Não Termino o que Começo?

Esses fatores podem, sim, impactar a capacidade do paciente de concluir tarefas, já que a atenção e a concentração são fundamentais para o planejamento, a execução e a finalização de qualquer atividade.

Ao trabalhar esses aspectos de forma integrada na terapia, é possível criar um ambiente propício para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de organização e foco, contribuindo para a melhora do desempenho e da autoconfiança do paciente.    Por que Não Termino o que Começo?

Por que Fazer Psicoterapia?

A psicoterapia é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento pessoal e para a manutenção da saúde mental, oferecendo benefícios que vão muito além do tratamento de transtornos psiquiátricos.

Abaixo, apresento algumas razões aprofundadas sobre por que as pessoas podem se beneficiar da psicoterapia:

1. Autoconhecimento e Reflexão

A terapia proporciona um ambiente seguro e confidencial onde o indivíduo pode explorar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Esse processo de autoconhecimento permite identificar padrões de comportamento, crenças e emoções que podem estar influenciando negativamente a vida pessoal e profissional. Ao entender melhor a si mesmo, a pessoa se torna mais capaz de fazer escolhas conscientes e de se desenvolver de forma autêntica.

2. Desenvolvimento de Estratégias de Enfrentamento

Muitos enfrentam situações de estresse, ansiedade, depressão ou traumas que dificultam o enfrentamento dos desafios cotidianos. Na psicoterapia, o paciente pode aprender técnicas e estratégias de regulação emocional e resolução de problemas que ajudam a lidar de maneira mais eficaz com adversidades. Essas estratégias não apenas aliviam o sofrimento imediato, mas também fortalecem a resiliência para futuros desafios.    Por que Não Termino o que Começo?

3. Melhoria das Relações Interpessoais

Os conflitos e dificuldades nos relacionamentos são uma das fontes mais comuns de sofrimento emocional. A psicoterapia pode ajudar o indivíduo a identificar padrões de comunicação prejudiciais, desenvolver habilidades para se expressar de forma mais assertiva e empática e a melhorar a qualidade das interações com familiares, amigos e colegas de trabalho. Isso contribui para relações mais saudáveis e satisfatórias.

4. Superação de Traumas e Eventos Adversos

Muitas pessoas carregam consigo traumas do passado que impactam sua vida presente, como perdas, abusos ou experiências de rejeição. A terapia oferece um espaço para ressignificar essas experiências, integrando-as de maneira que não impeçam o crescimento pessoal. Ao trabalhar esses pontos, o paciente pode reduzir a intensidade dos sintomas traumáticos e reconstruir uma narrativa mais equilibrada sobre sua história de vida.    Por que Não Termino o que Começo?

5. Prevenção e Promoção da Saúde Mental

A psicoterapia não é exclusiva para quem já apresenta sintomas intensos de sofrimento mental. Ela também pode ser uma ferramenta preventiva, ajudando as pessoas a identificar sinais de estresse e sobrecarga emocional antes que se transformem em problemas mais graves. Esse cuidado preventivo é fundamental para manter uma boa saúde mental e um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

6. Alteração de Comportamentos e Crenças Disfuncionais

Muitas vezes, comportamentos e pensamentos automáticos podem se tornar um ciclo autossabotador, dificultando a mudança e a realização de objetivos. Por meio da terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, é possível identificar e reestruturar essas crenças disfuncionais, promovendo uma visão mais realista e positiva de si mesmo e do mundo. Essa transformação é essencial para a construção de uma vida mais alinhada com os valores e metas pessoais.  Por que Não Termino o que Começo?

7. Espaço para Expressão e Validação Emocional

A psicoterapia oferece um ambiente acolhedor onde o paciente se sente compreendido e validado em suas experiências. Essa escuta ativa, sem julgamentos, permite que a pessoa explore seus conflitos internos e sentimentos reprimidos, facilitando a integração emocional e o alívio do sofrimento. O processo terapêutico pode ser, em si, uma fonte de cura e crescimento emocional.

Conclusão

Em suma, a psicoterapia é uma jornada de autoconhecimento e transformação que vai além do simples alívio de sintomas. Ela oferece recursos para enfrentar os desafios da vida, melhorar as relações interpessoais e promover o bem-estar emocional. Ao investir nesse processo, as pessoas podem desenvolver uma maior capacidade de lidar com as adversidades, alcançar seus objetivos e construir uma vida mais plena e significativa.  Por que Não Termino o que Começo?

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Sobre a autora:

Liliam Silva

Liliam Silva

Sou psicóloga clínica há 24 anos, ajudando pessoas a se conhecerem melhor e a superarem suas dificuldades emocionais, conflitos internos ou de relacionamento, estresse, depressão e desafios na vida profissional. O meu trabalho como psicoterapeuta(presencial e online) potencializa o desenvolvimento pessoal e profissional da pessoa que busca harmonia no seu cotidiano, qualidade de vida mental e a satisfação frente à vida.

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