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Vou me Aposentar, e Agora?

Vou me Aposentar, e Agora?

As perguntas mais comuns que as pessoas fazem antes da aposentadoria são: “De quanto dinheiro vou precisar agora?” e “Será que estou economizando o suficiente?”. Mas, embora a segurança financeira seja certamente importante, as pessoas precisam acumular mais do que dinheiro para uma aposentadoria bem-sucedida. Elas também precisam estocar suas reservas emocionais. Vou me aposentar, e agora?

Poucas pessoas possuem consciência dos ajustes psicológicos necessários que devem acompanhar essa nova fase da vida. É um novo ciclo da vida à enfrentar,  que a pessoa aposentada vai precisar aprender a lidar com a perda de sua identidade profissional, substituir as redes de apoio que sempre teve no mundo do trabalho por outras, assim como reaprender a passar mais tempo do que nunca com seu cônjuge e encontrar maneiras novas e envolventes de permanecer ativo.

Alguns aposentados facilitam a experiência da aposentadoria, passando mais tempo com seus hobbies ou familiares e amigos. Mas outros, experimentam ansiedade, depressão e sentimentos debilitantes de perda.

As pessoas podem realmente passar por uma forte crise quando se aposentam, e nunca dizerem uma única palavra sobre isso, muitas vezes porque estão se sentindo envergonhadas por chegarem a esse momento de suas vidas e sentirem-se absolutamente perdidas. A norma cultural para a aposentadoria é que você está vivendo uma boa vida. Nem sempre é assim! (Continua Abaixo)

 

O Valor da Psicoterapia na Pré-Aposentadoria

A falta de preparação psicológica para a aposentadoria é uma realidade capaz de levar muitas pessoas do trabalho (lugar conhecido) diretamente para um lugar desconhecido(aposentadoria). Mas o que se tem feito para alertar as pessoas no sentido de incentivar a busca de orientação psicológica para o enfrentamento dessa nova fase da vida? Quase nada!

O preparo psicológico para a aposentadoria é um projeto de vida necessário a ser construído, porque  tem como objetivo auxiliar a pessoa que se encontra prestes a se aposentar ou que já está aposentada há pouco tempo, mas que ainda não se adaptou a nova realidade.

As pessoas que planejam a vida no contexto da própria aposentadoria, têm um ajuste maior nessa nova experiência, ou seja, sentem-se mais satisfeitas e levam uma vida mais plena do que aquelas que não dedicaram tempo suficiente para organizar esse período.

Dada a importância da aposentadoria como período vital, é de fundamental importância que uma série de estratégias sejam desenvolvidas para facilitar a adaptação da pessoa à nova mudança.

O psicoterapeuta  tem um papel fundamental nesse processo, pois algumas pessoas precisam de ajuda psicoterápica e orientação quando se veem aposentadas e sem possibilidades de construir novos projetos de vida.

Aposentar cedo pode aumentar risco de demência

A aposentadoria precoce pode não ser a melhor ideia para aqueles que desejam permanecer mentalmente afiados e que querem evitar a demência mais tarde na vida.

De acordo com um estudo da Universidade de St. Andrews na Escócia,  os pesquisadores analisaram dados de 20.000 pessoas nos Estados Unidos entre 55 e 75 anos. Descobriram que as pessoas que esperam até os 67 anos para se aposentar experimentam menos declínio cognitivo.

De muitas maneiras, os resultados da pesquisa remontam à teoria de “use-o ou perca-o”. Esta frase pode ser usada em referência ao cérebro, especialmente quando se trata de prevenção contra a doença de Alzheimer.

Estudos já demonstraram que manter a mente ativa com exercícios e interações sociais pode ajudar a retardar o aparecimento da demência causada pelo Alzheimer. A exposição regular do cérebro a novidades é benéfica e pode retardar um dos principais fatores negativos na doença. Embora não seja tão simples, mas manter o cérebro engajado não é muito diferente do que usar os músculos do corpo para mantê-los em forma.

  • O que os estudos sabem mais sobre demência na aposentadoria?

Se as células cerebrais não são usadas, tendem a perder a função. Esse princípio está relacionado a um conceito chamado “reserva cognitiva”. A ideia é baseada na teoria de que um cérebro saudável e de alta capacidade tem muita reserva cognitiva e conexões saudáveis ​​entre as células cerebrais.

Cérebros com baixa reserva cognitiva não têm tantas conexões entre as células cerebrais, o que muitas vezes leva à ‘poda’ celular e, portanto, menos células ativas/saudáveis. O estudo não disse especificamente que trabalhar por mais tempo protege as células cerebrais, mas concluiu que a aposentadoria precoce traz realmente um declínio cognitivo mais rápido. (Continua Abaixo)

  • Então, Quando e Como se Aposentar?

Vários fatores podem afetar a decisão de alguém sobre a aposentadoria, incluindo se ela gosta de seu trabalho, seu nível de estimulação mental, quão estressante é o trabalho ou quão fisicamente desgastante pode ser.

O problema central pode ser em como nós nos aposentamos. Muitas pessoas não entendem que a aposentadoria se enquadra na categoria daqueles períodos da vida em que o luto pode estar presente. Por que o luto pode estar presente? Porque a aposentadoria é uma perda. É uma perda de consistência, justamente porque uma parte importante da identidade de alguém e o seu senso de propósito, vão solicitar esforços diante de um grande período de ajuste.

A quantidade de estresse que um indivíduo sofre após a aposentadoria é  muito alto. Muitas pessoas se estressam inconscientemente sobre como será sua nova vida. Não vamos nos esquecer que existe também uma forte correlação entre altos níveis de estresse e o desenvolvimento de demência.

Aqueles que se aposentam devem ter um novo projeto de vida. Aposentadoria com o objetivo de beber caipirinhas e descansar na praia é um convite à perda de memória e predispõe a desenvolver demência.

A aposentadoria construída com objetivos de desenvolvimento pessoal, como assistir aulas interessantes para se aprender coisas novas,  planejar viagens para lugares novos e emocionantes ou realizar caminhadas ou se exercitar, levam à proteção contra a demência.

Em outras palavras, continue se movendo e continue aprendendo, até o último dia da sua vida.

O que fazemos de errado com a aposentadoria, do ponto de vista cerebral, é perder a estrutura da vida. O mundo do trabalho fornece estrutura e constante excitação e estimulação, e na aposentadoria essa estrutura pode ser fornecida quando substituímos por  estudos, grupos, aulas e atividades cognitivas e físicas.

  • Trabalhar de novo depois da aposentadoria ?

Os futuros aposentados devem considerar se devem ou não continuar trabalhando de alguma forma. Muitas pessoas aceitam novos empregos depois de se aposentarem de suas carreiras primárias com trabalho de meio período, ou um trabalho temporário ou um trabalho autônomo.

De acordo com uma pesquisa do Reino Unido,  60% dos trabalhadores com 60 anos ou mais disseram que procurariam um novo emprego depois de se aposentarem e 75% dos trabalhadores esperam trabalhar ou fazer a transição para uma segunda carreira em algum momento depois de se aposentarem.

Um estudo da Universidade da Flórida, descobriu que as pessoas que buscaram emprego pós-aposentadoria em seus campos anteriores relataram melhor saúde mental e física do que aquelas que se aposentaram totalmente.

Muitos  aposentados empregados relatam níveis de saúde, bem-estar e satisfação com a vida em pé de igualdade com aqueles que ainda não se aposentaram, apesar das diferenças de idade. Pesquisas  também descobriram que os aposentados que trabalham tendem a avaliar seus locais de trabalho de forma mais positiva do que aqueles que ainda não se aposentaram.

Ainda assim, encontrar oportunidades pós-aposentadoria ou permanecer no mercado de trabalho enquanto outros ainda não se aposentaram pode ser um desafio. (Continua Abaixo)

  • Pesquisas Provam os Benefícios do Voluntariado

Uma descoberta da  Carnegie Mellon University, descobriu que os idosos que se voluntariaram pelo menos 200 horas ao ano relataram maiores aumentos no bem-estar psicológico do que aqueles que não o fizeram.

O estudo, publicado na  Psychology and Aging , também foi o primeiro a explorar uma correlação entre voluntariado e pressão arterial. Os pesquisadores descobriram que os idosos que se voluntariaram 200 horas ao longo de um ano eram menos propensos a desenvolver hipertensão do que os não voluntários.

Outras pesquisas também comprovam que trabalhar ou ser voluntário durante a aposentadoria pode ajudar a evitar a depressão, bem como a demência e a hipertensão. Mas outras evidências sugerem que essas atividades não são a chave para o bem-estar de todos. Descobriu-se que apenas as pessoas que estão realmente engajadas em suas atividades pós-aposentadoria colhem os benefícios psicológicos.

É por isso que as pessoas precisam investir tanto, se não mais, em seu planejamento de portfólio social ou psicológico antes da aposentadoria, para descobrir o que as fazem felizes. A aposentadoria não é como pular de um trampolim, é um processo e leva tempo. Há muita coisa que as pessoas podem fazer antes da aposentadoria para se preparar bem para essa nova fase da vida.

 

Rotas para Quem Vai se Aposentar!

  • Espere passar por estágios emocionais

Há um processo emocional pelo qual a maioria das pessoas passa ao se ajustarem à aposentadoria. No início, há uma sensação de liberdade. É como se você estivesse de férias que vai durar para sempre.

Essa sensação de novidade desaparece,  e você começa a estabelecer um estilo de vida mais lento. Podem vir  pensamentos, seguidos de ansiedade e tédio. Você pode até se sentir culpado por não aproveitar a aposentadoria tanto quanto acha que deveria.

Entenda que diante desses estágios emocionais, você pode começar a reprimir as suas emoções ou negar seus sentimentos. Isso pode levar a estratégias de enfrentamento insalubres – como depender de álcool ou comida.

  • Estruture seus dias

Antes da aposentadoria, você tinha sua rotina: o seu despertador tocava, você tomava banho, se servia do café da manhã e saia pela porta da sua casa pensando nas tarefas profissionais do dia.

Você pode e deve,  estabelecer também uma rotina na aposentadoria que o ajude a planejar seus dias. Experimente várias atividades com intervalos de tempo para ver como isso faz você se sentir.

Reserve tempo para ler o jornal e desfrutar de uma boa xícara de café, e adicione tempo regular para fazer exercícios, atividades sociais, trabalho voluntário e refeições em família. Embora seus dias não precisem ser rígidos como antes, ter um horário e uma rotina definidos para acordar e fazer coisas benéficas para a sua saúde mental e física, podem ajudá-lo a se sentir mais normatizado agora que não vai mais trabalhar formalmente.

  • Defina pequenas metas

Sua vida antes da aposentadoria foi vivida no cumprimento de prazos, compromissos e projetos para tentar correr atrás de uma promoção. Você ainda pode se concentrar em objetivos depois de se aposentar, embora eles possam ser um pouco diferentes do que eram antes.
Trabalhar em metas pode lhe dar um senso de propósito. Realizar coisas novas pode lhe dar uma sensação de realização.
Pense quais metas você gostaria de alcançar no seu primeiro mês de aposentado, depois com seis meses ou um ano depois que se aposentou,  e anote-os. Você quer perder 10 quilos? Viajar para a Europa? (Sim, metas também podem ser divertidas!) ou começar a escrever aquele livro que você está adiando? O céu é o limite.
  • Aumente suas amizades

Há um risco significativo de se ficar isolado durante a aposentadoria. Depois de tantas décadas conhecendo amigos no trabalho e vendo-os todos os dias, pode não ser tão fácil estar junto 24 horas do dia com aqueles que você ama.

Não ficar isolado das relações interpessoais exteriores pode contribuir para a reestruturação de sua rotina diária. Que tal convidar um amigo para almoçar com você todas as segundas-feiras, um outro amigo para fazer a corrida de rua com você às quartas-feiras e um terceiro amigo para tomar um café e colocar as novidades em dia nas tardes de sexta-feira?

Se você e seu cônjuge são amigos de outros casais, tente convidá-los para jantar ou  jogar algum jogo interessante  pelo menos uma vez por mês. Se você sente que não tem pessoas suficientes para mantê-lo socialmente ativo, aproveite o tempo extra em sua vida para fazer novos amigos .

Encontre um grupo de pessoas que compartilhem uma afeição pelo seu mesmo hobby favorito, seja volleyball, artesanato ou culinária.

  • Considere um trabalho

Quem disse que a aposentadoria significa deixar completamente a força de trabalho? Várias pessoas nessa nova fase,  tentam uma carreira secundária menos estressante e em meio período.

Os aposentados que voltam para o mercado de trabalho geralmente têm melhor saúde, tanto mental quanto física, e relatam níveis mais altos de satisfação com a vida. Portanto, procure em sua comunidade (ou pesquise na Internet por oportunidades de trabalho em casa) os trabalhos que você possa gostar de fazer durante a aposentadoria.

  • Crie um novo orçamento

Mesmo os melhores poupadores podem ter que fazer alguns ajustes nos gastos após a aposentadoria.  Estabeleça um orçamento que o ajudará a ver quanto dinheiro você tem para entretenimento ou diversão. Você pode descobrir que realmente precisa de um emprego de meio período para poder tirar férias anuais. Ou você pode descobrir que tem dinheiro suficiente para levar seus netos para almoçar uma vez por semana.
  • Agende Tempo para o Voluntariado

Não está disposto a voltar para a rotina de um escritório? Isso é compreensível. Você pode achar que prefere colher os mesmos benefícios ao se voluntariar. As vantagens podem estar relacionadas aos laços sociais expandidos que o voluntariado proporciona ou ao senso de propósito que uma pessoa pode sentir ao se comprometer com causas de assistencialidade.
Não só vai aumentar o seu bem-estar psicológico, mas também pode melhorar a sua saúde cardiovascular e diminuir o risco de hipertensão.  Se você optar por ajudar na biblioteca do seu bairro ou decidir que gostaria de ser voluntário em um hospital, é uma excelente maneira de se envolver com a sua comunidade.

Estudos mostram que idosos que incorporam um nível baixo a médio de voluntariado em suas vidas relatam mais satisfação com a vida e menos sintomas de depressão do que aqueles que não se voluntariaram.

  • Dê a si mesmo flexibilidade para descobrir coisas novas

Você pode pensar que quer passar sua aposentadoria pintando, cozinhando e lendo, mas depois descobre que todo esse tempo em casa não satisfaz o estilo de vida que você sonhou. Depois de tantas décadas no mundo de trabalho, você finalmente tem tempo para experimentar o que realmente deseja.

Há muitas maneiras diferentes que você pode gastar seu tempo. E, felizmente, não há necessidade de descobrir tudo imediatamente. Provavelmente, será necessário um bom tempo de experimentação para ajudá-lo a encontrar o equilíbrio certo de como deseja gastar seu tempo. Você sempre pode aumentar as atividades sociais mais tarde ou desenvolver novos hobbies se quiser ficar mais ocupado.

A alegria da aposentadoria é que você terá muitas oportunidades para experimentar. Cabe a você projetar o tipo de dia e o tipo de vida, que deseja viver.

É Possível Encontrar a Felicidade na Aposentadoria

Independentemente de os aposentados retornarem ao mercado de trabalho ou não, pesquisas indicam que eles precisarão de orientação sobre como manter seu bem-estar durante os anos de aposentadoria.

Sentir-se obrigado a fazer coisas através de seus relacionamentos familiares na pós-aposentadoria pode ter efeito deletério, pois muitos aposentados se sentem pressionados pela família a planejar uma aposentadoria com base nas necessidades da família,  como cuidar dos netos em vez das suas próprias.

Investir em amizades bem antes de se aposentar e conversar abertamente com a família sobre os objetivos diante da nova fase da vida,  pode ajudar a evitar uma aposentadoria insatisfatória.

Os aposentados devem formar e frequentar grupos de apoio e a usar suas conexões sociais e de trabalhos anteriores para ajudar uns aos outros a criarem oportunidades de lazer, de trabalho e de voluntariado e em áreas que sempre quiseram explorar.

Agende a sua Psicoterapia Online pelo Whatsapp (12) 99797-1333

 

 

 

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Sobre a autora:

Liliam Silva

Liliam Silva

Sou psicóloga clínica há 24 anos, ajudando pessoas a se conhecerem melhor e a superarem suas dificuldades emocionais, conflitos internos ou de relacionamento, estresse, depressão e desafios na vida profissional. O meu trabalho como psicoterapeuta(presencial e online) potencializa o desenvolvimento pessoal e profissional da pessoa que busca harmonia no seu cotidiano, qualidade de vida mental e a satisfação frente à vida.

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