Não é incomum ao receber um novo paciente no meu consultório eu ouvir do paciente: – “Você sabia que tentei fazer psicoterapia por várias vezes, e não me ajudou?” E eu responder: “Sim, mas isso pode ser em parte porque você continua indo aos psicoterapeutas tradicionais e ortodoxos. Talvez você agora esteja tentando um tipo diferente e mais moderno de psicoterapia como este que lhe proponho”(eu sugeri). As Psicoterapias do Século 21 – (Parte 1)
- E o Paciente voltar a perguntar- “O que você quer dizer com isso?”
- E eu responder: “A terapia moderna é muito diferente da terapia tradicional de 100, 50 e até 10 anos atrás”.
Continuo explicando como a psicoterapia mudou e porque uma nova forma de psicoterapia pode ajudá-lo muito mais. Aponto o contraste do antes e do depois, lembrando que a psicoterapia tradicional se propõe a passar a maior parte do tempo falando sobre o passado e que a psicoterapia moderna é focada em objetivos e muito mais orientada para o futuro.
Um psicoterapeuta moderno provavelmente perguntará ao paciente e de maneira explicita e geralmente na primeira sessão, “Qual é seu objetivo com a psicoterapia?”
Ele ou ela também pode perguntar, talvez em uma sessão futura, “O que você gostaria de ter feito quando olhar para trás daqui a dez anos? “Que tipo de pessoa, no sentido pessoal e profissional, você gostaria de ser?”
O que eu estou tentando explicar à vocês? Eu quero ser muito clara quando afirmo que a psicoterapia moderna é colaborativa. Você e seu psicoterapeuta trabalharão juntos para descobrir o que é mais útil para você. O psicoterapeuta adaptará para você o que vocês construirão juntos na sessão e também entre as sessões, sempre ajustando caminhos diante das “suas” necessidades psicológicas.
Você é humano e quer provavelmente quer compartilhar sua história com outro ser humano. Você certamente quer que a outra pessoa entenda em profundidade o que você está passando. Certo?
A Psicoterapia Moderna
A psicoterapia moderna lida com as dificuldades da vida do paciente, mas focando no desenvolvimento de habilidades e também em ferramentas de aprendizagem, para ajudá-lo a lidar e superar as suas questões pessoais através delas.
Antigamente o foco do psicoterapeuta era levar o paciente ao insight, ou seja, você era ajudado a aprender como aceitar melhor e até mesmo a aprender a tolerar o seu desconforto, muitas vezes geradores de sofrimento e de alta ansiedade. A psicoterapia moderna é focada em objetivos e orientada para o futuro. As Psicoterapias do Século 21 – (Parte 1)
Algumas pessoas vão a um psicoterapeuta uma ou duas vezes por semana e esse pode ser o modelo certo para elas. Mas outras podem ir de acordo com a suas necessidades.
A maioria dos psicoterapeutas modernos discutirá com você o possível papel da sua genética e da neuroquímica do seu cérebro nas suas manifestações. Psicoterapeutas contemporâneos podem encorajá-lo a trabalhar com determinadas técnicas justamente para religar ou retreinar seu cérebro.
Por que isso? Porque algumas de suas respostas são respostas velhas, viciadas, condicionadas, habitualizadas ou automatizadas. Para aprender novas respostas, você provavelmente fará exercícios especiais e tentará novas abordagens orientadas pelo psicoterapeuta do século 21..
As sessões de psicoterapia moderna são mais ou menos estruturadas. O que isso quer dizer? Você pode não ter certeza da estrutura, mas em geral cada sessão tem seis partes distintas:
1. Inicia-se a sessão com uma “Conversa Livre” que é introdutória e aliada sempre à avaliação contínua por parte do psicoterapeuta….
2. Discute-se com o paciente sobre as suas experiências entre as sessões. Se o paciente se comprometeu a fazer algo entre as sessões, como foi a experiência?
3. Certifica-se de que ambos entendam os objetivos daquela sessão de psicoterapia.
4. Decide-se com o paciente o que especificamente ele quer trabalhar durante aquela sessão…….
5. Inclui-se na psicoterapia a prática de uma nova ferramenta como aplicativos para gerenciar melhor emoções e/ou comportamentos.
6. Decide-se com o paciente o que ele gostaria de trabalhar na próxima semana.
Alguns fatores que ajudam o paciente na psicoterapia do século 21 incluem:
- A aliança e o vínculo entre o psicoterapeuta e o paciente
- As expectativas que os pacientes têm sobre a capacidade de mudar de forma positiva
- A capacidade do psicoterapeuta de ajudar a inspirar esperança no indivíduo
- As qualidades humanas de um psicoterapeuta, incluindo sua capacidade de dar atenção, sentir empatia e manifestar consideração positiva aos seus pacientes…..
- As habilidades técnicas do psicoterapeuta do século 21, incluindo uma abordagem integrativa para o tratamento. Em vez de focar em um problema de uma única perspectiva ou isoladamente, esse tipo de terapia pode encorajar um ponto de vista mais amplo e holístico.
- A abordagem integrativa do psicoterapeuta do século 21, ajuda as pessoas a aprenderem a integrar e entender diferentes aspectos de si mesmas, incluindo a mente, o corpo, os relacionamentos, a espiritualidade, os pensamentos e as emoções.
Coisas a considerar
É importante observar que a psicoterapia moderna é um processo muito ativo que envolve muita contribuição do paciente. Durante o processo, o psicoterapeuta pode pedir informações sobre suas experiências, preferências, necessidades e outros fatores que podem afetar quais técnicas de tratamento serão adequadas para suas necessidades. As Psicoterapias do Século 21 – (Parte 1)
Como a psicoterapia moderna tende a ser mais eclética, o curso do tratamento pode não seguir um cronograma fechado ou dentro de um padrão previsível. Várias técnicas podem ser usadas em uma única sessão, e os objetivos e a abordagem do tratamento podem ser alterados conforme o psicoterapeuta vai observando o progresso e as necessidades do paciente ao longo do processo de tratamento.
Saiba que em algum momento, um bom psicoterapeuta pode sugerir alguma forma de exercício para fazer numa sessão ou entre as sessões e poderá ser um exercício que irá ajudá-lo a aprender uma nova ferramenta ou estratégia para lidar melhor com seus problemas. Tente e experimente….
As Psicoterapias do Século 21 – (Parte 1)
