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Autocompaixão Não é Autopiedade

Em vez de se julgar e criticar impiedosamente a si mesmo por inadequações ou deficiências, perceba que o o ato de viver internamente a autocompaixão é um outro movimento interno e muito mais saudável. Aprender a ser gentil e compreensivo consigo mesmo, quando confrontado com suas falhas pessoais é essencial para o nosso desenvolvimento humano – afinal, quem disse que você tem que ser perfeito? Entenda então…..Autocompaixão Não é Autopiedade.

Você pode tentar mudar o seu comportamento íntimo de muitas  maneiras que lhe permitam ser mais saudável e feliz, mas isso só pode ser feito porque você se preocupa consigo mesmo e com as suas relações interpessoais, e não porque você seja uma pessoa inaceitável. Certo?

Talvez o mais importante no ato de compaixão por si mesmo é vivê-lo de  forma amorosa e gentil,  o que significa que você honra e aceita a sua humanidade.

Nem sempre as coisas vão acontecer do jeito que você quer. Nem sempre você vai se comportar da maneira planejada. Você encontrará frustrações, algumas perdas ocorrerão, você cometerá erros, assim como esbarrará em suas limitações e ficará aquém de seus ideais.

Esta é a condição humana de todos nós, e não apenas sua. Essa é uma realidade partilhada por todos aqueles que vivem nesse planeta. Seja bem-vindo(a) à Terra…..

Autocompaixão Não é Autopiedade

Quanto mais você abrir seu coração para esta realidade que aqui fazemos uma reflexão nesse momento, em vez de lutar constantemente contra ela, mais você será capaz de sentir compaixão por si mesmo e por todos os seus semelhantes na experiência da vida.

Ter compaixão por si mesmo não é diferente de ter compaixão pelos outros.

Pense um pouco mais em como é a experiência da compaixão. Vou te ajudar….

Compaixão pelos Outros?

Primeiro, para ter compaixão por nós mesmos…..é importante que sintamos compaixão pelos outros. A compaixão pelos outros nos faz perceber que eles estão sofrendo. Se você ignorar aquele morador de rua que vive absolutamente na rua, você não conseguirá sentir compaixão nem por ele e nem por ninguém……. por tão difícil que é essa experiência da outra pessoa.

Em segundo lugar, a compaixão vai além e envolve sentir-se tocado pelo sofrimento dos outros, mas de um modo que o seu coração seja tocado e que você responda à dor deles (a palavra compaixão significa literalmente “sofrer com”).

Quando isso ocorre, você sente uma onda de calor humano dentro de você, assim como carinho incondicional e o desejo genuíno de ajudar de alguma forma a pessoa que sofre.

Ter compaixão também significa que você oferece compreensão e bondade aos outros quando eles falham ou cometem erros, em vez de julgá-los com severidade.

Finalmente, quando você sentir compaixão pelo outro (ao invés de mera pena), isso significa que você já percebeu que o sofrimento, o fracasso e a imperfeição fazem parte da experiência humana compartilhada. Autocompaixão Não é Autopiedade

Experiência Humana Compartilhada

A autocompaixão envolve você agir da mesma maneira mas em relação a si mesmo, principalmente quando você está passando por um momento difícil, como por exemplo, vivenciando uma falha cometida ou percebendo algo de que não gosta em si mesmo.

Em vez de simplesmente ignorar a sua dor com uma mentalidade orgulhosa, você pode  parar  e dizer a si mesmo “isso é realmente difícil para mim agora”, “como posso me confortar e cuidar de mim mesmo neste momento?”

Calor Humano por Você Mesmo

A autocompaixão implica em sermos calorosos e compreensivos com nós mesmos quando estamos em sofrimento ou quando falhamos com algo ou com alguém e nos sentimos inadequados.

Em vez de ignorarmos a nossa dor ou nos autoflagelarmos com autocríticsa ácidas e destrutivas, podemos nos tornar pessoas autocompassivas que reconhecem que são imperfeitas, que fracassam e que  enfrentam dificuldades na vida.

A autocompaixão nos faz sermos mais amorosos e mais  gentis conosco mesmos. Quando confrontados com experiências dolorosas, em vez de ficarmos com raiva experimentamos uma maior equanimidade emocional. Autocompaixão Não é Autopiedade

As pessoas de maneira geral nem sempre podem ser ou podem obter exatamente o que desejam. Quando essa realidade é negada ou combatida pela pessoa, o sofrimento dela aumenta na forma de estresse, frustração e autocrítica exacerbada. Quando essa realidade é aceita com simpatia e bondade, a pessoa passa a experimentar uma maior equanimidade emocional.

A vontade de observar nossos pensamentos e emoções negativos com mais abertura e clareza, é um bom caminho para que eles sejam compreendidos com consciência plena. A atenção plena é um estado mental receptivo e sem julgamento, no qual a pessoa observa os seus pensamentos e sentimentos como eles realmente são, mas sem tentar suprimí-los ou negá-los. Não podemos ignorar nossa dor e sentir compaixão por ela ao mesmo tempo.

A frustração por não ter as coisas exatamente como queremos costuma ser acompanhada por uma sensação irracional,  como se “eu” fosse a única pessoa sofrendo no mundo ou cometendo erros no planeta.

Portanto, a autocompaixão envolve reconhecer que o sofrimento e a inadequação pessoal fazem parte da experiência humana compartilhada – algo pelo qual todos nós passamos, em vez de ser algo que acontece apenas “para mim”.

Autocompaixão não é autopiedade

A Autopiedade é um sentimento que revela imaturidade emocional. Quando os indivíduos sentem autopiedade, eles ficam imersos em seus próprios problemas e esquecem que os outros têm problemas semelhantes. Eles ignoram suas interconexões com os outros e, em vez disso, sentem que são os únicos no mundo que estão sofrendo.

A autopiedade tende a enfatizar sentimentos absurdamente egocêntricos de separação dos outros e a exagerar a extensão do próprio sofrimento pessoal. Além disso, indivíduos com autopiedade, muitas vezes se deixam levar e acabam se envolvendo em seu próprio drama emocional de maneira doentia e obsessiva. Eles não conseguem recuar de sua situação para adotar uma perspectiva mais equilibrada ou objetiva.

A autocompaixão, por outro lado, permite que a pessoa que atravessa um sofrimento, veja as experiências relacionadas de si mas também do outro, mas sem sentimentos de isolamento e desconexão. Autocompaixão Não é Autopiedade

Você pode pensar: “Sim, é muito difícil o que estou passando agora, mas é normal e natural que o ser humano tenha dificuldades às vezes. Não estou sozinho…”

Faz sentido para você?

 

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Sobre a autora:

Liliam Silva

Liliam Silva

Sou psicóloga clínica há 24 anos, ajudando pessoas a se conhecerem melhor e a superarem suas dificuldades emocionais, conflitos internos ou de relacionamento, estresse, depressão e desafios na vida profissional. O meu trabalho como psicoterapeuta(presencial e online) potencializa o desenvolvimento pessoal e profissional da pessoa que busca harmonia no seu cotidiano, qualidade de vida mental e a satisfação frente à vida.

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