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Como se Libertar do Medo do Abandono?

Como se Libertar do Medo do Abandono?

É natural ter medo de perder alguém que você ama, mas se você se preocupa persistentemente com o fato de ser abandonado, mesmo quando não há evidências de que isso possa acontecer, você pode estar vivenciando o medo do abandono. O medo do abandono é uma das causas mais frequentes de muitos consultórios estarem lotados de pacientes buscando ajuda para superar essa dor psicológica. Por conta da dependência emocional que uma pessoa nutre por uma outra, geralmente em relacionamentos amorosos, cria-se um vínculo afetivo quase que vital ao dependente. Como se Libertar do Medo do Abandono?

Como se Libertar do Medo do Abandono?

O medo do abandono afeta drasticamente a maneira como uma pessoa experimenta os relacionamentos afetivos ao longo da vida.  O primeiro passo para que alguém se liberte desse sofrimento psicológico desnecessário e que tira  por completo a paz interior,  é que em psicoterapia, o psicoterapeuta  investigue junto ao seu paciente,  a raiz do medo de ser abandonado, para que assim a pessoa em sofrimento obtenha uma compreensão mais profunda de si mesma, pois somente assim é que ela obterá ajuda psicoterápica para ir adiante e a formar conexões seguras e significativas com as outras pessoas.

Saiba que embora o medo de ser abandonado seja uma grande dor psiquica, fazendo-se o tratamento psicológico através da psicoterapia é possível superá-la. Não existe remédio na farmácia para essa dor.

Qual é o Seu Medo? Medo de Abandono Emocional ou Abandono Físico?

Aqui está a diferença:

  • O abandono emocional refere-se à distância emocional . Se você foi emocionalmente negligenciado no passado pelos seus pais, por um cuidador que ocupava o lugar deles ou até mesmo um parceiro amoroso significativo, provavelmente você pode sentir o temor que outras pessoas também o negligenciem.
  • O abandono físico acontece quando uma pessoa significativa aos seus olhos sai da sua vida. Por exemplo, você pode viver com medo do abandono hoje na fase adulta, que esteja ligado a um pai que o deixou na sua infância.

 Conheça os Sinais Emocionais do Medo do Abandono!

Sinais emocionais do medo do abandono:

  • pânico ou ansiedade por estar sozinho
  • sensibilidade à crítica ou a sofrer a rejeição
  • vergonha e muita auto-culpa quando algo dá errado no seu relacionamento
  • medo de intimidade ou de proximidade
  • preocupação constante e exacerbada quando seu relacionamento parece estar indo “muito bem”
  • desconfiança permanente que será abandonado
Como se Libertar do Medo do Abandono?

Conheça os Sinais Comportamentais  do Medo do Abandono!

Sinais comportamentais do medo do abandono:

  • Alimenta-se em demasia ou faz uso de certas substâncias para tentar lidar com o relacionamento
  • Tendência a se afastar física ou emocionalmente quando se sente criticado pelo parceiro
  • Codependência total, colocando as necessidades do parceiro sobre as suas próprias
  • Histórico de relacionamentos que teve e que não o apoiaram na sua saúde mental e emocional
  • Tendência a se apegar rapidamente em um novo relacionamento

As crianças também podem mostrar alguns sinais únicos de medo do abandono, como:

  • choro compulsivo quando separado dos pais ou dos cuidadores responsáveis
  • estresse e fuga diante de novas situações
  • apresenta mais apego ou mais distanciamento dos pais do que o habitual
  • ansiedade exacerbada para ir à escola ou creche

É natural que às vezes as pessoas tenham dúvidas ou até preocupações quando estão envolvidas num relacionamento importante para elas no sentido afetivo. Mas, de uma simples insegurança temporária e passageira, ao medo fixo do abandono há um grande distanciamento. Entenda que no medo de ser abandonado existe um padrão das suas respostas, mais os comportamentos que simplesmente não desaparecem. Estão presentes o tempo todo. (Continua Logo Abaixo)

Como o Medo do Abandono Afeta Negativamente os Relacionamentos?

Temer que os outros o abandonem pode afetar suas interações e consequentemente como você interpreta as reações e os comportamentos de seu parceiro. Você pode sentir que precisa agir de uma certa maneira para manter seu parceiro com você, ou pode ter problemas para se expressar por medo de se sentir rejeitado.

Em alguns casos, você pode até passar muito tempo procurando falhas em seu parceiro ou no relacionamento para tentar buscar motivos a respeito do que você sente. Embora isso às vezes possa levar ao fim da conexão de vocês, também pode servir como uma forma de autodefesa emocional.

Quando o medo do abandono se sobrepõe a um transtorno de personalidade, seus relacionamentos podem ser afetados até mais severamente.

Como se Libertar do Medo do Abandono?

Reflita:

Se a sua ansiedade de ser abandonado é o resultado de eventos traumáticos que você vivenciou na sua infância , ou até por ter um transtorno de personalidade, seu estilo de apego provavelmente tem algo a ver com isso.

Existe uma Teoria Psicológica que se chama Teoria do Apego, que inicialmente buscava entender a psicologia do bebê e o seu apego aos pais. Posteriormente, os estudos  descobriram dependências sociais também existentes na vida adultapodendo assim elucidar problemas na área do relacionamento.

A Importância do Primeiro Laço Afetivo das Nossas Vidas

O primeiro e mais importante laço afetivo humano é aquele construído entre o bebê com a sua mãe biológica, e esse laço é formado desde a gestação onde o bebê mesmo dentro da barriga distingue a voz da sua mãe biológica das demais pessoas.

Caso a união do bebê com a mãe for rompida, a criança sofrerá consequências significativas durante sua vida toda, mesmo que a separação ocorra logo após o nascimento.

Nosso Apego é Moldado na Nossa Infância!

A maneira como nos conectamos com nossos pais ou nossos cuidadores no início da vida, molda em nós os apegos futuros que teremos com as outras pessoas quando formos adultos. (Continua Logo Abaixo)

Hoje, se Reconhece Quatro Tipos de APEGOS:

  • Apego Seguro
  • Apego Inseguro-Ambivalente
  • Apego Inseguro-Evitante
  • Apego Desorganizado

Vamos Conhecer Cada um Desses Apegos:

1- Apego Seguro

Pessoas seguras estão bem consigo mesmas e com a outra pessoa do relacionamento (geralmente amoroso). Mesmo a vida humana sendo uma constante mudança, a pessoa nesse estágio estabeleceu maturidade para agir segundo o que é o melhor para si e para os outros.

O relacionamento para ela se torna harmonioso devido ao conforto emocional que sente. Surge intimidade entre ela e o parceiro,  e um passa a ser conforto para o outro, combustível para encarar a vida.

2-Apego Inseguro-Ambivalente

As pessoas que estão nesse estágio de apego inseguro-ambivalente,  geralmente são extremamente dependentes dos outros no sentido afetivo. São pessoas que desejam muito ter relacionamentos íntimos, mas são inseguras em relação a si mesmas, pois acham que seu valor pessoal é muito reduzido para que alguém que goste tenha vontade recíproca de se relacionar com ela.

Nesse estágio o ideal para essa pessoa,  é entender que todas as pessoas possuem qualidades e defeitos, e que todas precisam se relacionar. Porém, ela precisa também compreender que ser parceira de alguém se rebaixando a todo instante, se alimentando de migalhas afetivas é problemático para ela e para qualquer relacionamento.

Por exemplo, imaginemos que a pessoa que sofre de apego-ambivalente esteja muito feliz porque é o aniversário da sua mãe e ela vai comemorá-lo levando o seu parceiro junto. De repente, seu parceiro liga para dizer que tem uma reunião importante de última hora, e que o chefe está insuportável e que ele precisa ficar até mais tarde no trabalho. Ele alega que não pode fazer nada e que não poderá acompanhá-la na festa. E aí?

Nessa situação que citamos como um exemplo, a pessoa que é detentora deste tipo de apego sente exatamente o mesmo que sentia na sua infância, ou seja, um sentimento de abandono terrível. Imediatamente desconfia que o seu parceiro não quer passar um tempo com ela e, que talvez já não a ame tanto quanto antes. Tudo isto são suposições da mente dessa pessoa e que, de um ponto de vista saudável, são irracionais. No entanto, para esta pessoa é algo muito provável.

3-Apego Inseguro-Evitante

O inseguro evitante sente que não precisa de relacionamentos íntimos. Quando se relaciona, busca não se entregar completamente, não aprofundar a relação. Pessoas com um estilo de Apego Inseguro- Evitante desejam um alto nível de independência.

O desejo de independência, frequentemente, aparece como uma tentativa de evitar completamente o apego. Eles veem a si mesmos como auto-suficientes e invulneráveis por não estarem intimamente ligados a outros.

Podem se tornar pessoas solitárias, criando em si uma independência fictícia e, portanto, se afastam até mesmo daqueles que mais amam.

4-Apego Desorganizado

As pessoas que desejam construir relacionamentos íntimos, mas tem medo de viver esse processo, encontram-se no tipo de apego desorganizado. Ao mesmo tempo que desejam ardentemente se relacionar, sentem-se muito intimidados no momento de desenvolver um relacionamento.

Um caminho para solucionar esse problema é a pessoa tomar mais iniciativas. Chamar mais pessoa(s) para sair sem esperar ser convidado, e manter uma certa frequência nos encontros e nas conversas. Tudo isso pode ajudar a combater o medo. Este é um trabalho para se conquistar também a virtude da coragem.

Você já Viveu o Transtorno de Ansiedade de Separação?

Embora a ansiedade de separação seja bastante comum em crianças pequenas, você pode experimentá-la em qualquer idade. Alguns sintomas do transtorno de ansiedade de separação são:

Pesquisas de 2019 sugerem que certas partes do cérebro podem ajudar a explicar porque o medo do abandono é algo comum para quem sofre de ansiedade de separação.

A ansiedade de separação é uma emoção absolutamente normal nas crianças entre 8 meses a 24 meses de idade; se persistir além desse tempo normal, ou retornar mais tarde na vida de alguém, pode ser grave o suficiente para ser considerada um transtorno.  Quais as experiências que ficam gravadas no inconsciente? Cenas dramáticas e penosas, com lamentos e súplicas para evitar a separação  que ocorreram no momento da separação.

A ansiedade de separação pode ser compreendida como um medo exagerado e intenso de perder um dos pais (normalmente a mãe). Este medo causa sofrimento significativo e prejuízos importantes nas áreas social, escolar e familiar.

Como se Libertar do Medo do Abandono?

Crianças e adolescentes com este transtorno tornam-se extremamente ansiosas quando não estão em companhia dos pais, o que causa queda de desempenho escolar e dificuldade de interação com colegas. Não raro, a mãe desiste de trabalhar ou ter outras atividades para dar segurança ao filho. (Continua Logo Abaixo)

Marcas dos Nossos Traumas nas Experiências do Passado!

Traumas na infância ou eventos traumáticos podem aumentar a probabilidade de alguém sentir medo de abandono nos relacionamentos atuais.

Como se Libertar do Medo do Abandono?

Um estudo de 2018,  sobre mulheres que sofreram violência pelo parceiro, mostrou que o abuso sexual sofrido na infância aumentou a probabilidade dessas mulheres permanecerem em relacionamentos abusivos na adultidade,  especialmente quando também manifestavam o medo do abandono.

Transtornos de Personalidade e Medo do Abandono!

Todo transtorno de personalidade é uma condição que afeta pensamentos, sentimentos e comportamentos e pode dificultar muitos aspectos da vida diária – como no trabalho, autocuidado e relacionamentos.

Alguns transtornos de personalidade podem levar ao medo do abandono, como:

  • Transtorno de personalidade limítrofe ou borderline. Para as pessoas portadoras de Transtorno de Personalidade Limítrofe ou Borderline, a ansiedade de abandono muitas vezes alimenta relacionamentos instáveis ​​e medo de ficar sozinho. Pesquisas de 2018 destacam que negligência emocional, trauma e traços genéticos podem estar na raiz do medo de abandono para esses pacientes.
  • Transtorno de personalidade esquiva. Estudo de 2019 sugere que a ansiedade de apego e o medo de abandono desempenham papéis fundamentais no transtorno de personalidade esquiva .
  • Transtorno de personalidade dependente. O medo do abandono é um sintoma comum do transtorno de personalidade dependente . As pessoas com esse transtorno de personalidade são mais propensas a expressar essa ansiedade tentando ficar perto daqueles com quem estão mais conectadas.

  4 Caminhos para Poder Superar o Medo do Abandono:

Independente do que esteja causando o seu medo do abandono, saiba que existem caminhos para você se curar ou pelo menos gerenciar com sucesso essas implacáveis emoções. Vamos conhecê-los?

Um psicoterapeuta pode ajudá-lo a reconhecer e a superar seu medo de ser abandonado, capacitando-o a:

  • descobrir seu estilo de apego e como isso afeta atualmente seus relacionamentos
  • aprender a formar apegos seguros com outras pessoas
  • desenvolver suas habilidades de regulação emocional
  • descobrir se um transtorno de personalidade ou transtorno de ansiedade, é o que está causando seu medo de abandono
  • curar seus traumas ou experiências traumáticas da infância que contribuem para o seu medo do abandono

A psicoterapia é realizada através da conversa com um psicoterapeuta em quem você confia,  e pode ajudar na superação do medo do abandono através de técnicas e manejos terapêuticos.

Alguns tipos específicos de psicoterapia podem ser especialmente úteis para descobrir de onde vem o medo do abandono e como lidar com isso:

  • Terapia Comportamental Dialética: você pode aprender habilidades de regulação emocional e técnicas de auto-calmante.
  • Terapia focada nas emoções:  se concentra em ajudá-lo a identificar seu estilo de apego e como ele influencia a maneira como você se relaciona com os outros.
  • Terapia psicodinâmica.  A terapia psicodinâmica também pode ajudá-lo a reconhecer padrões de comportamento ligados à sua ansiedade de abandono.

ANOTE: Autodescoberta significa Liberdade

Aprender sobre si mesmo pode ajudá-lo a identificar como a ansiedade de abandono afeta profundamente seus pensamentos, ações e seus relacionamentos.

Como se Libertar do Medo do Abandono?

Embora a autodescoberta geralmente faça parte da psicoterapia, você também pode praticá-la por conta própria:

  • mantendo um registro de seus sentimentos e eventos que podem estar causando-o
  • sentindo uma onda de emoção se questionar: “Esse é um sentimento forte. Que memórias ou medos podem estar na raiz disso?”
  • lendo sobre a teoria do apego e considerando qual estilo de apego que você desenvolveu
  • lendo um artigo como esse,  para conseguir  identificar situações que induzam seu medo de abandono, para que  possa estar mais preparado com técnicas de enfrentamento
  • Grupos de apoio

Você pode achar um grupo de suporte útil se:

  • experimentou um abandono traumático no passado
  • cresceu com pais ou cuidadores emocionalmente indisponíveis ou distantes
  • encontrar-se repetindo padrões em relacionamentos que você gostaria de mudar
  • Exercício Diário: Desenvolva a Autocompaixão

A autocompaixão, uma maneira de se ver primeiro com bondade em vez de julgamento, pode ajudá-lo a combater a vergonha, a culpa, o ressentimento, a raiva e outros pensamentos que podem surgir ao lado de sua ansiedade de abandono, como:

  • “Eu não sou bom o suficiente para o meu parceiro.”
  • “Eu mereço ser deixada sozinha.”
  • “Eu não sou amada.”

Pode levar um tempo para se construir a autocompaixão, mas não desista porque é uma das maneiras saudáveis para você sanar dentro de si essa conversa interna negativa.

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Sobre a autora:

Liliam Silva

Liliam Silva

Sou psicóloga clínica há 24 anos, ajudando pessoas a se conhecerem melhor e a superarem suas dificuldades emocionais, conflitos internos ou de relacionamento, estresse, depressão e desafios na vida profissional. O meu trabalho como psicoterapeuta(presencial e online) potencializa o desenvolvimento pessoal e profissional da pessoa que busca harmonia no seu cotidiano, qualidade de vida mental e a satisfação frente à vida.

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